Com um currículo que dispensa apresentações, Carlos Carvalho é um dos técnicos de polo aquático mais experientes do país. Esporte que abraçou desde a infância, o polo aquático sempre esteve presente em sua vida. Atleta Olímpico, participou dos XXIII Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984. Carlinhos, como é conhecido, também foi capitão da seleção brasileira por quatro anos, onde conquistou o bicampeonato sul-americano Júnior e octacampeão sul-americano principal (1974/76/78/ 80/82/84/86/88).
Jogando pelo Botafogo (RJ), chegou ao tri campeonato estadual carioca e brasileiro Juvenil e Júnior, Além de penta campeão estadual e brasileiro principal. Já foi eleito para o All Stars Team dos Jogos Pan-Americanos de Caracas (1983) e de Porto Rico (1979) , melhor atleta brasileiro de Polo Aquático, pelo Comitê Olímpico Brasileiro (1982) e MVP (Most Valuable Player) no campeonato sul-americano Junior de Arica (1975).
No comando do Fluminense (RJ) desde 1997, o que não falta são títulos na carreira de treinador. Somente no Flu somam-se 15 estaduais, 15 vezes campeão do Troféu Brasil e 11 brasileiros. Quando técnico do Botafogo, foi bicampeão estadual, bicampeão do Troféu Brasil e bicampeão brasileiro todas em 1995 e 96. Também dirigiu o Guanabara, com conquistas nas categorias de base.
Palestrante e comentarista por várias ocasiões em transmissões de jogos olímpicos e mundiais da modalidade, Carlinhos atuou na seleção brasileira como supervisor técnico, gerente de projetos e como técnico da seleção principal de 2000 a 2007.
Vice-campeão do adulto masculino em 2016 e com reforços para a temporada 2017, Carlinhos analisa a participação do Fluminense nas competições da Liga PAB e fala sobre sua expectativa à frente da equipe carioca para este ano. Confira entrevista abaixo:
PAB: Avaliação da participação do Fluminense nas competições PAB de 2016?
Carlos Carvalho: Os resultados foram dentro do esperado. Em 2016 o Fluminense passou por uma reformulação na base, alguns garotos saíram principalmente em categorias “chaves”, como os nascidos em 1997, o que enfraqueceu um pouco. Mas o infantil, nascidos em 2003, foi tudo como esperado. O adulto surpreendeu bastante porque montamos uma equipe ano passado para competir, para o Fluminense voltar a ter uma equipe adulta, pois em 2015 não jogamos. Portanto, em 2016 nosso intuito era jogar e acabamos surpresos com o vice-campeonato da Liga Brasileira de Polo Aquático, derrotando equipes até mais fortes que a nossa como a do Pinheiros. Isso nos proporcionou uma base muita forte para 2017.
Nas categorias de base conseguimos preencher as lacunas que foram perdidas e no adulto tivemos três grandes reforços que foram as chegadas do Bernardo e Guilherme Oneto e do Jonas Crivela, que inclusive eram nossos atletas e saíram em 2015, o que nos torna mais fortes que o ano passado.
PAB: Quais as expectativas para 2017 com uma competição mais longa, jogos em turno e returno?
Carlos Carvalho: Muito difícil fazer prognósticos, mas com a manutenção da equipe do ano passado e inclusão das três contratações recentes tornam a equipe mais forte e esperamos fazer até o final do ano bons jogos e tentar disputar as finais em todas as competições da PAB. Ano passado nossa ambição era uma e quase chegamos lá, hoje temos uma ambição maior, sabemos que temos grandes adversários muito fortes, porém, estamos treinando bem.
PAB: Quando foi iniciada a fase de treinos em 2017?
Carlos Carvalho: Os treinos iniciaram dia 1º de fevereiro, uma parte de pré-temporada. Aqui no Rio temos menos clubes jogando que em São Paulo e não temos uma definição do calendário do Rio de Janeiro (entrevista no início de março de 2017). Então estamos trabalhando forte pensando no primeiro evento da PAB adulto, em junho. Conforme a definição do calendário da FARJ (Federação Aquática do Estado do Rio de Janeiro), adequamos a programação em relação ao primeiro semestre.
PAB: Quanto à Liga Brasileira de Polo Aquático em 2017?
Carlos Carvalho: Muito bom. Até sugeri ao conselho técnico (formado pelos técnicos das equipes para decisões e adaptações das competições) antecipar a Liga, alargar para começar antes de setembro, para que os atletas não ficassem muito tempo sem jogar nacionalmente, mas foi consenso continuar com o calendário acordado. Sei que teremos um mundial no meio de julho (Budapeste – Hungria) e que o Brasil Open da PAB será um mês antes. Temo que algum clube possa ficar sem atletas nesta competição por estar servindo a seleção brasileira.
PAB: O que representa para a modalidade o título da seleção brasileira masculina na Copa UANA?
Carlos Carvalho: Sempre que se vence é bom. Não conheço vitória ruim. Como técnico de polo aquático no Brasil, excelente. Quanto mais a seleção brasileira brilhar, melhor é para o polo aquático. Até porque bato em uma tecla a muito tempo, que quando a seleção brasileira conquista um bom resultado como este, ele é fruto e mérito dos clubes. Afinal, os atletas estão em treinamento nos clubes 90% do ano. Então acho maravilhoso. Uma conquista espetacular e espero e torço par que o Brasil consiga fazer uma boa campanha em Budapeste. O Brasil para mim está sempre em primeiro lugar o polo aquático brasileiro está sempre em primeiro lugar. Luto por uma série de coisas sempre torcendo pelo polo aquático brasileiro.