Planejamento dos treinos dos atletas tricolores que lutam por vaga nos Jogos Tóquio 2020 depende da definição da FINA

Técnicos do Fluminense aguardam novas datas dos pré-olímpicos

Com o anúncio da nova data de realização dos Jogos Tóquio 2020 – de 23 de julho a 8 de agosto de 2021 -, os técnicos do Fluminense aguardam a definição dos pré-olímpicos para dar sequência à preparação dos atletas que ainda disputam vaga na competição. Diante da pandemia de coronavírus que interrompeu os treinamentos, André Raposo, do polo aquático, Andreia Boehme, dos saltos ornamentais, e Twila Cremona, do nado artístico, planejam, dentro do possível, o retorno às atividades.

Inicialmente, o Pré-olímpico de polo seria realizado no fim de março, em Roterdã, Holanda, e os de nado e saltos no fim de abril (posteriormente remarcados para junho), em Tóquio, Japão. Após a definição dos Jogos, porém, a Federação Internacional de Natação (FINA), responsável por administrar competições de desportos aquáticos, divulgou comunicado no qual dizia que iria rever as datas, que seguem indefinidas.

Técnico do polo aquático do Fluminense e vídeo analista da seleção brasileira, André Raposo, o Quito, acredita que o tricolor Logan Oliveira e os demais atletas da equipe precisaram de, ao menos, três meses para voltar à forma física e tática perto do ideal. Isso, caso a quarentena dure um mês.

“Logan, juntamente com a seleção brasileira, vinha de três meses de treinamentos intensos. Em Bauru, em janeiro, no Maria Lenk, em fevereiro, e ainda fizeram um tour pela Europa. E a perda do condicionamento físico se dá de uma maneira muito mais acelerada que o seu ganho. Além disso, os esportes aquáticos diferem dos esportes terrestres. Por mais que o atleta se mantenha ativo com exercícios fora d’água a questão da especificidade conta muito, e a preparação tanto física e técnica é toda perdida por conta da paralisação. Quando voltar a vida normal, o treinamento se inicia praticamente da estaca zero”, explicou Quito.

Twila Cremona, técnica do dueto brasileiro formado por Luisa Borges, do Fluminense, e Laura Miccuci, do Flamengo, também está preocupada com as novas datas do Pré-olímpico.

“Ninguém conseguiu voltar aos treinamentos ainda. As meninas estão treinando em casa com exercícios passados pelos preparadores do Time Brasil. Também passei para elas um exercício de alongamento e flexibilidade, chamado Zala, e nos reunimos on-line três vezes por semana para fazer a marcação da coreografia. Os exercícios que faríamos dentro da piscina, estamos fazendo fora. É dessa maneira que estamos nos virando para tentar manter a concentração, a preparação, a cabeça e o corpo ativos. Espero que o Pré-olímpico aconteça mais para frente. Ele é muito importante para nós”, explicou a técnica tricolor do nado artístico.

Andreia Boehme também vive a expectativa de saber quando o torneio classificatório dos saltos ornamentais acontecerá. Para a técnica do Fluminense e da seleção brasileira, no entanto, existe um lado bom nesse afastamento de Ingrid Oliveira dos treinos na piscina. A atleta pode aproveitar esse tempo para se recuperar totalmente de uma lesão no punho esquerdo que a atrapalhou durante toda a temporada passada.

“Ela está perdendo tempo de treinamento, mas está ganhando tempo para a recuperação. Está fazendo exercícios de alongamento e fortalecimento sob orientação do COB e, quando voltar para a piscina, poderá fazer saltos que antes da quarentena não conseguíamos fazer. Agora dependemos de uma definição da FINA. É essencial saber essa data, para aí sim montar o treinamento. Porque, além do Pré-olímpico, precisamos saber as datas dos eventos que serão realizados antes e que ajudariam na disputa pela vaga nos Jogos de Tóquio”, finalizou Andreia.

Fonte: Fluminense